Aceitando a si mesmo e os outros

mandala yin yan

Uma das principais funções da Astrologia é auxiliar as pessoas no autoconhecimento e no conhecimento dos demais seres humanos. Enquanto o mapa astral revela a essência do sujeito, a Astrologia, com sua linguagem simbólica, revela os tipos de personalidade existentes e seus lados bons e ruins.

Como muitos de vocês já sabem, o Zodíaco é composto por 12 signos, os quais correspondem a 12 tipos básicos de personalidade. E, embora cada um de nós tenha nascido sob um único signo – sendo o desenvolvimento das boas qualidades desse signo o nosso caminho de vida e segredo de realização – todos temos um pouco de cada um dos 12 signos em nosso comportamento.

Explico. O mapa astral é composto de 12 casas e, em regra, cada signo ocupa uma casa do mapa. Por ocupar quero dizer que cada um dos 12 signos em um mapa astral marca o início (cúspide) de cada uma das 12 casas. Em alguns casos específicos há o que chamamos de interceptação de casas e, nessa hipótese, haverá 2 signos que não ocuparão o início (cúpide) de nenhuma casa, estando localizados totalmente dentro (presos) de 2 casas opostas entre si; enquanto outro par de signos ocupará o início (cúspide) dessas mesmas 2 casas.

E, na medida em que cada casa do mapa representa um setor de nossas vidas e cada signo marca a cúspide de cada casa, em cada setor de nossas vidas agimos conforme a tônica daquele signo.

Abaixo, a lista bastante resumida com as áreas da vida representadas por cada casa do mapa astral:

Casa I: personalidade no sentido de máscara social; como iniciamos as coisas; corpo físico e infância;

Casa II: como lidamos com posses, dinheiro e comida; nossos valores;

Casa III: irmãos, comunicação, estudos, viagens curtas;

Casa IV: a família que nos trouxe ao mundo; primeiro nível do subconsciente; essência da pessoa; gravidez para mulheres; relação com pai ou mãe; velhice;

Casa V: romances; filhos; lazer; expressão criativa;

Casa VI: rotina; saúde; animais de estimação; colegas de trabalho; trabalho do dia a dia;

Casa VII: casamento; sociedades; amigos muito próximos; nossa sombra (o lado que não desenvolvemos de nossa personalidade e, por consequência, atraímos pessoas que personificam esse lado sombra);

Casa VIII: sexo; heranças; empréstimos; divórcio; como lidamos com os valores e dinheiro dos outros; tabus; morte;

Casa IX: viagens longas; processos judiciais; religião e crenças; filosofia de vida; estudos superiores;

Casa X: projeção social; carreira; chefes; hierarquias; relação com pai ou mãe; o destino que controlamos;

Casa XI: amigos; grupos em geral; política; metas;

Casa XII: espiritualidade; inimigos ocultos; fé; destino que não controlamos.

Dessa forma, a título de exemplo, vou utilizar o signo de Sagitário. Cada um terá esse signo ocupando uma ou mais casas (conforme haja interceptação de casas no mapa ou não) e a casa ocupada pelo signo será a área da vida em que a pessoa agirá com a tônica dos sagitarianos. Sagitário, em breve síntese, representa expansão, espontaneidade, falta de limites, conhecimento, julgamento. Vejamos:

Sagitário na Casa I (ascendente): otimista, começa as coisas com fé e destemidamente; espontâneo, tendência a engordar especialmente nos quadris;

Sagitário na Casa II: ganha dinheiro fácil e gasta mais fácil ainda; valoriza o conhecimento e o crescimento pessoal através do conhecimento; precisa de uma filosofia de vida a ser seguida;

Sagitário na Casa III: amigável, social, julgador, fala sem pensar;

Sagitário na Casa IV: a família prega a liberdade e o conhecimento, mas valoriza status e projeção social, o sujeito gosta do campo e tende a ter sorte na velhice;

Sagitário na casa V: namorador, sortudo, brincalhão, gosta de eventos sociais;

Sagitário na casa VI: idealiza o trabalho, julgador com colegas de trabalho, precisa de animais de estimação, tende a ser descuidado com a saúde;

Sagitário na casa VII: pode ver o casamento como prisão, procura parceiro mais livre e que goste de aventura, atrai pessoas julgadoras e idealistas porque este é seu lado sombra;

Sagitário na Casa VIII: não teme a morte, curiosidade para se aprofundar em estudos sobre os mistérios da vida, sorte com heranças;

Sagitário na casa IX: ama viajar e almeja profundidade de conhecimento, tende a ter uma religião e ser bastante julgador em relação às crenças dos outros;

Sagitário na casa X: ambicioso, quer alçar grandes voos, idealiza a carreira e pode acabar sem rumo por nunca achar que o caminho escolhido é suficiente;

Sagitário na casa XI: muitos amigos e gosta de pregar suas ideias a grandes grupos, sendo atraído pela política;

Sagtário na casa XII: busca se aprofundar espiritualmente, alma livre e curiosa, proteção espiritual.

Dessa forma, temos um pouco de cada um em nós mesmos, o que nos deve levar a repensar antes de julgarmos o lado negativo dos outros, porque sempre teremos aquela mesma tendência negativa em algum setor de nossas vidas.

Na Astrologia tudo pode ser bom ou ruim, dependendo de qual lado da energia/potencial o sujeito alimentar. Entender essa dualdade da vida e de nós mesmos nos ajuda a aceitar melhor nossos defeitos e dificuldades e compreender melhor os outros, fazendo com que tenhamos relações mais saudáveis e satisfatórias.

Essa compreensão também é de grande valia para auxiliar o aprimoramento de nosso amor próprio, pois no momento que entendemos que o Universo compreende forças boas e ruins e que nós as temos em nossa alma em medidas determinadas, podemos acolher nosso lado sombra, diminuindo nossa culpa, vergonha ou auto flagelação, possibilitando que passemos a trilhar um caminho de cura ao invés da inércia da auto condenação que só leva à depressão. Acolher nossos potenciais ruins significa abrir o caminho para a sua mitigação e tornar consciente os momentos em que estamos mais sujeitos a agir de maneira insatisfatoria, permitindo que possamos dar mais ênfase e mais alimento às nossas potencialidades boas, evoluindo sempre.

Essa conscientização de si mesmo e do outro nos leva ao patamar de sermos sempre melhores em relação a nós mesmos, pois, afinal, não nascemos para sermos bons, nascemos para nos tornarmos melhores sempre. Vejam que a base dessa comparação não é o outro, mas nós mesmos, porque não temos a história de vida nem a personalidade do outro. Notem que, em nenhum momento, o mapa indica influência na vida alheia, então, é a partir do cuidado e aceitação próprios que podemos extrair o melhor que a vida tem a nos dar e o melhor de nossas relações com os outros. É amando a si próprio e aceitando sua sombra que o sujeito pode amar o próximo e atrair para si pessoas mais em linha com a sua noção de felicidade.

Portanto, lembrem-se: se algo no coleguinha te incomoda, busque saber em que área de sua vida você possui essa tendência que julga ser ruim e trate de trabalhar nisso, para que sua relação seja melhor e para que você não saia prejudicado no final.

Boa semana a todos.

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